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Batismo de Jesus Mc. 1,9-13
9 Naqueles dias, Jesus veio de Nazaré da Galiléia e foi batizado por João, no rio Jordão. 10 Logo que saiu da água, viu o céu rasgar-se e o Espírito, como pomba, descer sobre ele.
11 E do céu veio uma voz: “Tu és o meu Filho amado; em ti está o meu agrado”.
12 Logo depois, o Espírito o fez sair para o deserto.
13 Lá, durante quarenta dias, foi posto à prova por Satanás. E ele convivia com as feras, e os anjos o serviam.
9 1 E disse-lhes: “Em verdade vos digo: alguns dos que estão aqui não provarão a morte, sem
antes terem visto o Reino de Deus chegar com poder”.
A transfiguração
2 Seis dias depois, Jesus levou consigo Pedro, Tiago e João e os fez subir a um lugar retirado, no alto de uma montanha, a sós. Lá, ele foi transfigurado diante deles.
3 Sua roupa ficou muito brilhante, tão branca como nenhuma lavadeira na terra conseguiria torná-la assim.
4 Apareceram-lhes Elias e Moisés, conversando com Jesus.
5 Pedro então tomou a palavra e disse a Jesus: “Rabi, é bom ficarmos aqui. Vamos fazer três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias”.
6 Na realidade, não sabia o que devia falar, pois eles estavam
tomados de medo.
7 Desceu, então, uma nuvem, cobrindo-os com sua sombra.E da nuvem saiu uma voz: “Este é o meu Filho amado. Escutai-o!”
8 E, de repente, olhando em volta, não viram mais ninguém: só Jesus estava com eles.
9 Ao descerem da montanha, Jesus ordenou-lhes que não contassem a ninguém o que tinham visto, até que o Filho do Homem ressuscitasse dos mortos.
10 Eles ficaram pensando nesta palavra e discutiam entre si o que significaria esse “ressuscitar dos mortos”.
Elias já veio!
11 Perguntaram a Jesus: “Por que os escribas dizem que primeiro deve vir Elias?”
12 Ele respondeu: “Sim, Elias vem primeiro, para pôr tudo em ordem. No entanto, como está escrito a respeito do Filho do Homem que ele deve sofrer muito e ser desprezado?
13 E eu vos digo mais: também Elias veio, e fizeram com ele tudo o que quiseram, exatamente como está escrito a seu respeito”.
O menino epilético
14 Quando voltaram para junto dos discípulos, encontraram-nos rodeados por uma grande multidão, e os escribas discutiam com eles.
15 Logo que a multidão viu Jesus, ficou admirada e correu para saudá-lo.
16 Jesus perguntou: “Que estais discutindo?”
17 Alguém da multidão respondeu-lhe: “Mestre, eu trouxe a ti o meu filho que tem um espírito mudo.
18 Cada vez que o espírito o agride, joga-o no chão, e ele começa a espumar, range os dentes e fica completamente duro. Eu pedi aos teus discípulos que o expulsassem, mas eles não conseguiram”.
19 Jesus lhes respondeu: “Ó geração sem fé! Até quando vou ficar convosco? Até quando vou suportar-vos? Trazei-me o menino!”
20 Levaram-no. Quando o espírito viu Jesus, sacudiu violentamente o menino, que caiu no chão e rolava espumando.
21 Jesus perguntou ao pai: “Desde quando lhe acontece isso?” O pai respondeu: “Desde criança.
22 Muitas vezes, o espírito já o lançou no fogo e na água, para matá-lo. Se podes fazer alguma coisa, tem compaixão e ajuda-nos”.
23 Jesus disse: “Se podes...? Tudo é possível para quem crê”.
24 Imediatamente, o pai do menino exclamou: “Eu creio, mas ajuda-me na minha falta de fé”.
25 Vendo Jesus que a multidão se ajuntava ao seu redor, repreendeu o espírito impuro:
“Espírito mudo e surdo, eu te ordeno: sai do menino e nunca mais entres nele”.
26 O espírito saiu, gritando e sacudindo violentamente o menino. Este ficou como morto, tanto que muitos diziam: “Morreu”!
27 Mas Jesus o tomou pela mão e o levantou; e ele ficou de pé.
28 Depois que Jesus voltou para casa, os discípulos lhe perguntaram, em particular: “Por que nós não conseguimos expulsá-lo?”
29 Ele respondeu: “Essa espécie só pode ser expulsa pela oração”.
Segundo anúncio da Paixão
30 Partindo dali, Jesus e seus discípulos atravessavam a Galiléia, mas ele não queria que ninguém o soubesse.
31 Ele ensinava seus discípulos e dizia-lhes: “O Filho do Homem vai ser entregue às mãos dos homens, e eles o matarão. Morto, porém, três dias depois ressuscitará”.
32 Mas eles não compreendiam o que lhes dizia e tinham medo de perguntar. Quem é o maior?
33 Chegaram a Cafarnaum. Estando em casa, Jesus perguntou-lhes: “Que discutíeis pelo caminho?”
34 Eles, no entanto, ficaram calados, porque pelo caminho tinham discutido quem era o maior.
35 Jesus sentou-se, chamou os Doze e lhes disse: “Se alguém quiser ser o primeiro, seja o último de todos, aquele que serve a todos!”
36 Em seguida, pegou uma criança, colocou-a no meio deles e, abraçando-a, disse:
37 “Quem acolhe em meu nome uma destas crianças, a mim acolhe. E quem me acolhe, acolhe, não a mim, mas Àquele que me enviou”.
O exorcista estranho
38 João disse a Jesus: “Mestre, vimos alguém expulsar demônios em teu nome. Mas nós o proibimos, porque ele não andava conosco”.
39 Jesus, porém, disse: “Não o proibais, pois ninguém que faz milagres em meu nome poderá logo depois falar mal de mim.
40 Quem não é contra nós, está a nosso favor.
41 Quem vos der um copo de água para beber porque sois de Cristo, não ficará sem receber a sua recompensa.
Os escândalos que destroem e o sal que conserva
42 “E quem provocar a queda um só destes pequenos que crêem em mim, melhor seria que lhe amarrassem uma grande pedra de moinho ao pescoço e o lançassem no mar.
43 Se tua mão te leva à queda, corta-a! É melhor entrares na vida tendo só uma das mãos do que, tendo as duas, ires para o inferno, para o fogo que nunca se apaga.
[44] 45 Se teu pé te leva à queda, corta-o! É melhor entrar na vida tendo só um dos pés do que, tendo os dois, ser lançado ao inferno.
[46] 47 Se teu olho te leva à queda, arranca-o! É melhor entrar no Reino de Deus
tendo um olho só do que, tendo-os dois, ir para o inferno, 48 onde o verme deles não morre e
o fogo nunca se apaga. 49 Todos serão salgados pelo fogo. 50 O sal é uma coisa boa; mas se o
sal perder o sabor, como devolver-lhe o sabor? Tende sal em vós mesmos e vivei em paz uns
com os outros”.