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A subida a Jerusalém

10 1 Jesus se pôs a caminho e foi dali para a região da Judéia, pelo outro lado do rio Jordão. As multidões mais uma vez se ajuntaram ao seu redor, e ele, como de costume, as ensinava. O repúdio da esposa

2 Aproximaram-se então alguns fariseus e, para experimentá-lo, perguntaram se era permitido ao homem despedir sua mulher.

3 Jesus perguntou: “Qual é o preceito de Moisés a respeito?”

4 Os fariseus responderam: “Moisés permitiu escrever um atestado de divórcio e despedi-la”.

5 Jesus então disse: “Foi por causada dureza do vosso coração que Moisés escreveu este preceito.

6 No entanto, desde o princípio da criação Deus os fez homem e mulher.

7 Por isso, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher,

8 e os dois formarão uma só carne; assim, já não são dois, mas uma só carne.

9 Portanto, o que Deus uniu o homem não separe!”

10 Em casa, os discípulos fizeram mais perguntas sobre o assunto.

11 Jesus respondeu: “Quem despede sua mulher e se casa com outra, comete adultério contra a primeira.

12 E se uma mulher despede seu marido e se casa com outro, comete adultério também”.

 

Abençoando as crianças

13 Algumas pessoas traziam crianças para que Jesus as tocasse. Os discípulos, porém, as

repreenderam.

14 Vendo isso, Jesus se aborreceu e disse: “Deixai as crianças virem a mim. Não as impeçais, porque a pessoas assim é que pertence o Reino de Deus.

15 Em verdade vos digo: quem não receber o Reino de Deus como uma criança, não entrará nele!”

16 E abraçava as crianças e, impondo as mãos sobre elas, as abençoava. O rico querendo seguir Jesus

17 Jesus saiu caminhando, quando veio alguém correndo, caiu de joelhos diante dele e

perguntou: “Bom Mestre, que devo fazer para ganhar a vida eterna?”

18 Disse Jesus: “Por que me chamas de bom? Só Deus é bom, e mais ninguém.

19 Conheces os mandamentos: não cometerás homicídio, não cometerás adultério, não roubarás, não levantarás falso testemunho, não prejudicarás ninguém, honra teu pai e tua mãe!”

20 Ele então respondeu: “Mestre, tudo isso eu tenho observado desde a minha juventude”.

21 Jesus, fitando-o, com amor, lhe disse: “Só te falta uma coisa: vai, vende tudo o que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me”.

22 Ao ouvir isso, ele ficou pesaroso por causa desta palavra e foi embora cheio de tristeza, pois possuía muitos bens.

23 Olhando em volta, Jesus disse aos seus discípulos: “Como é difícil, para os que possuem riquezas, entrar no Reino de Deus”.

24 Os discípulos ficaram espantados com estas palavras. E Jesus tornou a falar: “Filhos, como é difícil entrar no Reino de Deus!

25 É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus!”

26 Eles ficaram mais admirados e diziam uns aos outros: “Quem então poderá salvar-se?”

27 Olhando bem para eles, Jesus lhes disse:“ Para os homens isso é impossível, mas não para Deus. Para Deus tudo é possível!”

28 Pedro começou a dizer-lhe: “Olha, nós deixamos tudo e te seguimos”.

29 Jesus respondeu: “Em verdade vos digo: todo aquele que deixa casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos e campos, por causa de mim e do evangelho,

30 recebe cem vezes mais agora, durante esta vida – casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, com perseguições –, e no mundo futuro, vida eterna.

31 Muitos, porém, que são primeiros, serão últimos; e muitos que são últimos serão primeiros”.

 

Terceiro anúncio da Paixão

32 Estavam a caminho, subindo para Jerusalém. Jesus ia à frente, e eles, assombrados, seguiam com medo. Jesus, outra vez, chamou os doze de lado e começou a dizer-lhes o que estava para acontecer com ele:

33 “Estamos subindo para Jerusalém, e o Filho do Homem será entregue aos sumos sacerdotes e aos escribas. Eles o condenarão à morte e o entregarão aos pagãos.

34 Vão zombar dele, cuspir nele, açoitá-lo e matá-lo, mas três dias depois, ele ressuscitará”.

 

Ambição dos filhos de Zebedeu

35 Tiago e João, filhos de Zebedeu, aproximaram-se de Jesus e lhe disseram: “Mestre, queremos que faças por nós o que te vamos pedir”.

36 Ele perguntou: “Que quereis que eu vos faça?”

37 Responderam: “Permite que nos sentemos, na tua glória, um à tua direita e o outro à tua esquerda!”

38 Jesus lhes disse: “Não sabeis o que estais pedindo. Podeis beber o cálice que eu vou beber? Ou ser batizados com o batismo com que eu vou ser batizado?”

39 Responderam: “Podemos”. Jesus então lhes disse: “Sim, do cálice que eu vou beber, bebereis, com o batismo com que eu vou ser batizado, sereis batizados.

40 Mas o sentar-se à minha direita ou à minha esquerda não depende de mim; é para aqueles para quem foi preparado”.

41 Quando os outros dez ouviram isso, ficaram zangados com Tiago e João.

42 Jesus então os chamou e disse: “Sabeis que os que são considerados chefes das nações as dominam, e os seus grandes fazem sentir seu poder.

43 Entre vós não deve ser assim. Quem quiser ser o maior entre vós seja aquele que vos serve,  

44 e quem quiser ser o primeiro entre vós seja o escravo de todos.

45 Pois o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate por muitos”.

 

Cura do cego de Jericó

46 Chegaram a Jericó. Quando Jesus estava saindo da cidade, acompanhavam-no os

discípulos e uma grande multidão. O mendigo cego, Bartimeu, filho de Timeu, estava sentado à beira do caminho.

47 Ouvindo que era Jesus Nazareno, começou a gritar: “Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim”.

48 Muitos o repreendiam para que se calasse. Mas ele gritava ainda mais alto: “Filho de Davi, tem compaixão de mim”.

49 Jesus parou e disse: “Chamaio!” Eles o chamaram, dizendo: “Coragem, levanta-te! Ele te chama!”

50 O cego jogou o manto fora, deu um pulo e se aproximou de Jesus.

51 Este lhe perguntou: “Que queres que eu te faça?” O cego respondeu: “Rabûni, que eu veja”.

52 Jesus disse: “Vai, tua fé te salvou”. No mesmo instante, ele recuperou a vista e foi seguindo Jesus pelo caminho.

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